Colágeno funciona para as articulações?

Colágeno e literatura médica

Os derivados de colágenos são suplementos que integram o grupo de medicamentos chamados de modificadores da artrose. Em teoria, eles reduzem a resposta inflamatória que leva a degeneração e desgaste articular e aumentam a oferta de colágeno, que é a principal proteína estrutural da cartilagem das articulações. 

 

Apesar de existirem artigos científicos que mostram resultados favoráveis dos colágenos, com ação protetora da cartilagem (condroprotetora) e na redução dos sintomas da artrose, a maioria deles são estudos pequenos, preliminares e com potencial viés pela participação da indústria farmacêutica que os produz. Isso não significa necessariamente que eles não funcionem, porém ainda temos que ter muita cautela ao interpretar esses resultados.

colageno

A Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS – sigla em inglês), que é uma entidade científica muito respeitada no meio ortopédico internacional, ainda não se posicionou em relação ao uso dos derivados de colágeno em seus Guidelines, por isso seu emprego deve ser racional e o real status cientifico desses medicamentos deve ser passado para o paciente ao ser proposto como tratamento para osteartrose.

joelho de atleta

Mas afinal, devo tomar o colágeno?

Na minha conduta e que está em consonância com o que diz os Guidelines da AAOS, eu utilizo para os meus pacientes com diagnóstico de artrose e condropatia, o colágeno do tipo 2 por um período de seis meses e reavalio a necessidade de manter ou descontinuar o seu uso a depender da resposta do paciente ao tratamento. Passado o período de 1 mês da suspensão da medicação, verificamos se há recidiva ou aparecimento de sintomas (tais como dor, piora da mobilidade ou rigidez) para tomar a decisão de se retomar ou suspender indefinidamente o seu uso.

 

Apesar da controvérsia, pode ser sim que haja beneficio com o uso dos colágenos, e que futuros estudos mais robustos e isentos mostrem eficácia e consolidem o uso de longo prazo dessa medicação.  Entretanto, até lá é necessário termos parcimônia e bom senso ao utilizar esses medicamentos.

 

Em outras palavras, nunca utilizá-los como terapia isolada para artrose e condropatia e sim como parte do arsenal de tratamento, que sempre deve ter como elementos fundamentais a reabilitação, o fortalecimento muscular e mudanças de estilo de vida. 

 

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